quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O GLOSTER: UMA NECESSIDADE DE EQUILÍBRIO NA PLUMAGEM É INDISPENSÁVEL!

Ao escrever este artigo, não tenho nenhuma pretensão, pois crio Glosters desde 1984 e com a ajuda de outros aficionados mais experientes aprendi a conhecer melhor esta raça.
Nos últimos anos temos assistido, a um desprezo pela importância da qualidade da plumagem por parte de juízes e criadores. Em vez disso preferiram dar essa importância à coroa e forma do pássaro. “Com muita razão” dirão vocês!
NÃO!! E não porquê?
Os criadores de glosters não deram importância ao uso do intenso, apenas se preocuparam em juntar nevados com finalidade de obter coroas maiores e mais proporcionadas, assim como um corpo mais redondo. Na realidade, a plumagem nevada permite maiores coronas e uma melhor forma (enganosa), isto num curto espaço de tempo.
No final de alguns anos, são a qualidade, a rigidez, a regularidade e a cor da plumagem que serão substituídos por algumas aberturas na plumagem e alguns quistos. Quem pode prever uma criação com menos de 2% de quistos sem o uso de intensos? A coroa torna-se desordenada, irregular, as penas perdem a aderência e o comprimento da penas oculta os olhos do pássaro, reduzindo a sua visibilidade, tornando-o menos activo e acaba por permanecer imóvel sobre o poleiro. A sua cor natural torna-se baça, a plumagem perde qualidade, não definindo o contorno do pássaro e surgem muitos flancos.

Mas porquê falar de cor, se estamos perante aves de forma/postura? Porque uma cor com boa intensidade de cor, não importa se é amarelo ou verde, é muitas vezes sinónimo de plumagem com boa qualidade e deve-se ao uso de pássaros de plumagem intensa.
Mas o que nos trás esta plumagem intensa? Mais do que pensam… Uma coroa regular e mais aderente. Mais pequena? Talvez, mas criamos glosters e não Crest! Observem o desenho do standart… a coroa chega até o final do bico?
A redondez e o tamanho são também influenciados pela plumagem intensa. O gloster perderá um pouco de volume, mas a sua selecção deverá corrigir esse defeito. O desenho do pássaro será melhor e quando agarrar este gloster nas suas mãos, não estarão enganados com as aparências, terão algo mais que penas entre os dedos.
Alias, a sua vitalidade é representada, o pássaro vai continuar numa posição semi erecta e dará saltos de poleiro em poleiro com entusiasmo e elegância. Para a aquisição a minha eleição recai num pássaro que tenha boa cor, que seja curto, mesmo que lhe falte um pouco de forma ou que a corona seja um pouco mais pequena. Igualmente para o consort, selecciono de acordo com o standart, cabeça redonda vista de perfil com a frente larga, com algumas sobrancelhas mas certamente não uma cabeça de Norwich. Com este tipo de pássaros, pode-se tentar melhorar a redondez e a corona. Por outro lado, com um pássaro demasiado grande, demasiado pesado, ou que possui uma plumagem excessiva, será difícil ou mesmo impossível tirar um bom gloster.
Com os anos, muitos aficionados compreenderam bem e cada vez mais recorrem ao gloster intenso. Mesmo aqueles que antes não queriam, acabaram por admitir que o pássaro intenso tem um papel importante na criação de glosters.
Se desejarmos manter e criar glosters durante muitos anos e fazê-lo com gosto e paixão, aproveitemos este momento para repensar este assunto. Ganharemos tempo e menos decepções. O êxito será menos rápido? Talvez!! Mas será concerteza de maior duração. O prazer de olhar os glosters com qualidades similares é na mina opinião, mais importante que ter um campeão e dez pássaros com quistos.
Para terminar vou falar da importância e da influência dos julgamentos.
Muitos aficionados para seleccionar os seus pássaros baseiam-se no julgamento. É normal que assim seja, pois é o juiz que tem como tarefa julgar a melhor ave do momento, no entanto isto é uma espada de dois gumes. Mesmo sendo o juiz um criador da raça e saber que o pássaro que elege como vencedor pode trazer sérios riscos de produzir problemas na descendência futura, tal não será mencionado na folha de julgamento. Os rumores circulam entre os criadores: “dois campeões acasalados nunca dão campeões”. Isto em parte é verdade, se tivermos campeões com plumagem nevada excessiva e os acasalarmos um com o outro, teremos poucas hipóteses de tirarmos de novo um campeão.
Espero tê-los covencido que “a plumagem faz o gloster”.

Artigo realizado por: Alain Dethier
Tradução: Filipe Brito

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