quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ENTREVISTA AO CRIADOR JOEL COUTO

Olá caros leitores... Para dar continuidade ao objectivo que foi proposto, vou publicar mais uma entrevista a mais um grande criador de glosters. O seu nome é Joel Couto e quem estiver atento aos foruns da especialidade percebe que este senhor percebe muito de glosters.

Um sincero agradecimento ao Joel pela sua disponibilidade.

Espero que gostem, e que aproveitem a informação que este grande criador se disponibilizou a partilhar com todos nós.


Nome: Joel Salgadinho Couto

Cidade: Alcobaça/Nazaré

1. Como começou este gosto pela Canaricultura?

Nasceu de muito pequenino, sempre vivi rodeado de animais em casa, o contacto com aves foi grande e comecei com os periquitos terminando hoje nos glosters.

2. Qual ou quais foram as tuas maiores dificuldades quando iniciaste?

Quase toda a gente fala de ter acesso a bons exemplares, no entanto hoje penso que a grande dificuldade que tive foi ter os conhecimentos necessários para a criação de alguma das raças que tive em mãos. Criei aves de cor (vermelhos e mosaicos vermelho) e de porte (Borders, Frisados do Sul e Norte, Crests, Glosters e Fifes) e sinto ainda nos dias de hoje ter conhecimentos básicos para criar algumas das raças mencionadas.

Hoje assisto a criadores novos que se iniciam no hobby e já querem ter acesso a aves de topo, quando os seus conhecimentos são escassos, no final a culpa é sempre das aves ou do criador que lhe vendeu as mesmas, será? No meu caso fui evoluindo com as minhas aves, não deveria ser assim? ;)

3. Qual foi a raça com que começaste este hobby?

Comecei com periquitos, cheguei a ter uma boa linha de albinos e lutinos. Gostava deles mas faziam muito barulho, o meu quarto ficava ao lado do canaril… ehehe

4. Quais são as variedades que neste momento crias?

Crio actualmente com Glosters e Fife Fancy, os Fifes estão lá em casa porque um colega me ofereceu 4 fawns todos irmãos e nunca mais me separei deles. São umas máquinas… os glosters tenho desde dos 12 anos. E fazem parte do meu dia a dia.

5. Actualmente quantos casais de canários tens?

Tenho cerca de 60 casais que se podem estender a mais alguns. Uma vez que temos sempre a tendência a utilizar todas as gaiolas disponíveis. lol

6. Qual ou quais as raças que mais te fascinam e porquê?

A raça que mais me fascina é o pequeno Gloster, depois o Fife, o Norwich, o Crest e o Frisado do Norte. Sempre que sejam aves de bom nível gosto de todas as aves de forma ou postura.

7. Usas nos acasalamentos casal certos, ou utilizas um macho para várias fêmeas? Se sim quantas fêmeas metes ao mesmo macho?

Sempre usei casais fixos e como sou muito teimoso geralmente os casais mantêm-se a não ser que uma das aves do casal morra.

8. Qual o teu método de selecção de casais? Guias-te pelo aspecto exterior da ave, pelas suas características visíveis (fenótipo) ou recorres à genética (saber quem foi o pai, mãe, avós…)?

Guio-me pelo fenótipo da ave de forma a buscar o oposto ideal. Ao faze-lo começas a dar-te conta de que já estás seleccionando o genótipo que procuras implementar no teu canaril.

9. Qual a mistura base que utilizas neste momento?

Não utilizo mistura mas sim alpista simples. Utilizava alpista da Versele Laga actualmente utilizo da Beyers se podemos fazer publicidade… ahaha

10. Manténs essa mistura todo o ano ou varias de acordo com a época?

Todo o ano comem alpista!

11. Que tipo de papa(s) utilizas? Como é administrada? Dias em que dás a papa?

A papa que utilizo é uma mistura de papas.

Seca: utilizo Quiko, Orlux, Delli Nature,

Humida: Gold Feast, Witte Mollen

12. Vitaminas e outros aditivos alimentares, mistura-los na papa ou na água?

Depende dos aditivos, uns junto na comida outros na água.

13. Qual ou quais as marcas que gostas de usar?

Não utilizo uma só marca, dependendo do que busco/finalidade, procuro o melhor produto no Mercado, ou aquele que penso ser mais completo.

14. Qual o tratamento preventivo que utilizas para os reprodutores?

Procuro dar-lhes a maior higiene possível e a renovação de ar é 24 horas sobre 24 horas.

15. Para os parasitas, nomeadamente o piolho, o que utilizas?

Utilizo vários produtos uma vez que não podemos estar 100% descansados, mais vale prevenir do que remediar. Como tal utilizo Ivomec diluído nas aves, pó acariciada e sprays nas instalações. Também gosto de ter eucalipto nas instalações.

16. Em que altura nomeadamente acasalas os canários? E desde quando tens os machos separados?

Ponho os ninhos em finais de Março, nessa altura começa para mim a época de criação (o que mais gosto do hobby). Não separo os machos!

17. Quantas posturas permites numa época de criação?

Geralmente duas, num ou noutro casal três posturas. Mas não gosto de falar em posturas pois é algo ambíguo, gosto que os casais criem filhos duas vezes.

18. Normalmente separas os filhotes com quantos dias?

Quando já são independentes, ou seja comem alpista…ehehe

19. Algum tratamento específico para acompanhar as crias no desmame?

O mesmo tipo de alimentação facultada aos progenitores e uma voadeira limpa e com poucas aves dentro. Procuro juntar as aves por lotes em termos de idades e de coroados e consorts separadamente.

20. No último ano qual a média de crias que tiveste no final da época de cria?

Nem sei qual a media, isso também nunca preocupou talvez por criar bem com as minhas aves. Preocupa-me mais ver evolução, cada ano.

21. Como fazes a preparação das aves para as Exposições, isolas as aves individualmente, tens espaço para tal?

Nunca foi muito forte nesse ponto, como as minhas aves estão com os meus pais não consigo ter tempo de os habituar à gaiola de exposição, geralmente é pegar nas aves da voadeira e levá-los para a expo. Não sou grande expositor/preparador de aves, tenho de melhorar esse aspecto. Espero começar a melhorar já este ano. A ver vamos!!

22. Participas normalmente em que exposições?

Geralmente nas organizadas pelo GCP ou por membros do GCP (One Day Shows).

23. Quais os teus objectivos na canaricultura?

Melhorar o gloster lá em casa, e talvez um dia voltar a ter um Best, que seria fantástico para a D. Ritinha.

24. Que características tem o teu canaril? (breve descrição)

Não é o melhor do Mundo, mas também não é o pior do Mundo, é o meu canaril que foi construído com muita dedicação e aos poucos. O que tenho actualmente foi fruto do meu crescimento como criador que aos poucos também vai crescendo. Em termos de iluminação, ventilação, humidade são completamente diferentes. Obriga a ser criativo!!

25. Qual o país que consideras mais avançado actualmente a nível da canaricultura nomeadamente a nível de canários cor, porte e canto?

Se falarmos em evolução geral tudo o que rodeia o hobby é Itália seguida de perto pela Bélgica. Se algum dia visitarem Reggio Emilia irão entender. ;)

Se falarmos em criadores existe excelentes criadores em todo lado. ;)

Questões exclusivas para criadores de glosters

26. Qual a cor no gloster que mais aprecias?

Aprecio todas, essa foi uma das razões que me levou a criar glosters. Ter a possibilidade de criar verdes, variegados, canelas, cinzentos, grizzles, ágatas, isabeis, pasteis no gloster é um desafio. E existe quem trabalhe já o gloster a outros patamares.

27. Quistos? Que criador de glosters nunca os teve!! Um problema que lidas facilmente ou um problema?

Não gosto nada, nada de quistos, raramente tenho aves com quistos, e não consigo tratar deles. Geralmente espero que amadureçam e que acabem por cair por si. Não gosto de fazer a ave sofrer.

28. Tens intensos no plantel? Consideras os intensos uma ferramenta importante para melhorar a plumagem, ou conjugas diferentes tipos de pena nevada?

Tenho intensos no canaril, no entanto ter intensos não é sinonimo de ter boas plumagens, nem nada que se pareça. O criador tem de cuidar de todos os tipos de plumagem, isso sim é importante.

29. Em relação aos canelas, usas-o com alguma finalidade em especial?

Não utilizo os canelas com fim especifico, gosto de criar com eles principalmente porque gosto de um bom gloster canela e porque em regra ajudam a suavizar a plumagem.

30. Em qual destes parâmetros julgas ser mais complicado atingir a perfeição? Tamanho, plumagem, coroa ou corpo.

Creio que o conjunto harmonioso de todos estes elementos é que faz a perfeição no gloster. A diferença entre um TOP e um BOM gloster reside aí, mas creio que o corpo é o mais difícil de trabalhar.

31. A base do teu plantel resulta unicamente de aves adquiridas a criadores portugueses, ou já recorreu a aves de criadores estrangeiros? pode referir nomes?

Comecei com aves essencialmente de um grande amigo e criador (português) de nome Manuel Querido Maria, que era a base do meu canaril, com o tempo tenho adquirido pontualmente aves de um criador amigo (estrangeiro) Pietro Telarolli para inserir algumas características que buscava nos meus glosters.

32. Em Portugal daquilo que conheces com qual te identificas mais? E a nível internacional. Podes referir criadores que já desistiram do hobbie ou que tenham morrido.

Felizmente conheço muitos criadores quer a nível Nacional quer a nível Internacional, acho melhor não mencionar nomes pois poderia esquecer-me de mencionar algum. lol

Posso comentar-te por exemplo de um que já não está entre nós e com o qual tive o prazer de discutir as suas aves. O falecido Arie Van der Klift mais conhecido em terras de sua majestade como “Grizzle Man”. Grande criador e acima de tudo uma jóia de pessoa. Parecia um menino quando falava das suas aves e das suas novas aquisições

33. Há algum conselho que queira deixar para quem inicia este hobby nomeadamente a nível da construção do canaril, da aquisição de material (gaiolas) e de pássaros?

Vou deixar dois, paciência e muito dedicação (trabalho) pois o gloster não se fez num dia.

Todos juntos podemos ajudar o GCP na sua missão “ajudar na divulgação, selecção e apuramento da raça Gloster Fancy, nomeadamente entre os amantes das aves no geral e nos criadores e simpatizantes do Gloster Fancy em particular”.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Para completar o post anterior aproveito para publicar um artigo sobre este tema...

Revista COPC-2001-V.ExposiçăoArquivo Editado em 17/07/2001

A utilizaçăo de consanguíneos é uma prática frequentemente utilizada no apuramento ou aperfeiçoamento de todos os animais, criados pelo homem. Normalmente os machos de qualidade excepcionais săo utilizados para e acasalamentos consanguíneos criar famílias onde se tem por objetivo incluir em todos os seus componentes as qualidades do citado reprodutor.
Com cavalos das diversas raças, gado vacum, porcos, mamíferos em geral e aves, tal prática foi intensamente utilizada pelos grandes criadores do passado mesmo sem conhecimentos de genética, que hoje já bastante desenvolvida torna fácil comprovar a eficięncia deste processo.
Em todos os centros ornitológicos tal prática é bastante difundida, mas no Brasil, năo sé se tira proveito destes acasalamentos como também evita-se por desconhecimento e até por preconceitos religiosos.

Em canaricultura no que se refere aos canários de porte tal prática só trará benefícios, mas os criadores ainda năo a aceitam, olhando apenas o lado deficiente do processo, esquecendo de que muitas vezes os acasalamentos entre pássaros năo consanguíneos resultam em completa desilusăo.
Quantos criadores, gastaram somas fabulosas adquirindo campeőes, acasalando-os e obtendo apenas filhotes medíocres?

O motivo principal a nosso ver, porém é simplesmente a ânsia de obter de primeira temporada, isto é, da maneira mais rápida possível, pássaros de qualidade, o que na maioria das vezes năo acontece.

A utilizaçăo dos acasalamentos consanguíneos requer além de conhecimentos, pacięncia e perseverança, mas os resultados após alguns anos compensam o tempo perdido, a proporcionarem aos verdadeiros amadores a satisfaçăo de ter criado uma família onde a totalidade dos componentes apresentam as características do Standard da raça.
Porque a vantagem de tais acasalamentos? A genética nos responde.
Hoje sabemos que cada espécie animal tem uma característica que é o número de cromossomos de suas células.

Nossos canários possuem 9 (nove) pares de cromossomos maiores (macrocromossomos) e um número indefinido de pares de microcromossomos. Cada um destes cromossomos possui genes que săo os responsáveis pela expressăo das características dos indivíduos, como acontece com os diversos genes que comandam as cores dos canários, hoje já bastante difundidos.

Por ocasiăo da divisăo celular que antecede a formaçăo dos gametas masculinos (espermatozóides) e feminino (óvulo) os pares cromossomos se separam e assim cada gameta, em uma explicaçăo simplificada, possui apenas a metade do número de cromossomos da célula original.
Assim sendo, cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomas do pai e outro da măe e assim no novo ser é restabelecido o número de cromossomos da espécie.

Neste novo ser, os pares de cromossomas săo reconstituídos e de acordo a predominância ou năo entre genes para uma mesma característica esta poderá se expressar ou năo.

A antiga e ainda usada expressăo “meio sangue” significa em termos reais que o indivíduo possui metade dos cromossomas, por exemplo de seu pai, um puro sangue e metade correspondente a herdada de sua măe sem as características da raça considerada.

Cada característica é comandada por um gen ou genes e, em um canário além dos genes que determinam a cor que apresentará o pássaro, outros há que determinam seu tamanho, a forma de sua cabeça, tamanho do bico, posicionamento da perna e um sem número de características que definem um pássaro de determinada raça ou cor.

É preciso esclarecer, porém, que a metade dos genes herdada de um reprodutor se refere ao número de cromossomos e que somente em indivíduos homozigotos para todas as características (caso pouco provável em canário de porte) todos os gametas serăo idęnticos. O que normalmente acontece é que os indivíduos năo săo homozigotos e nada impede que um pássaro excelente, possua em seu patrimônio genético, características deficientes recessivas que serăo transmitidas a seus descendentes.
Se acasalamos um pássaro excepcional a um de suas filhas de boas características, as chances de produzir pássaros semelhantes ao reprodutor original é muito maior do que se utilizar-mos uma fęmea năo relacionada com ele, pois sua filha possui em suas células metade dos cromossomos do seu pai, tornando mais fácil a reconstituiçăo do patrimônio genético original do reprodutor em alguns dos filhotes.
De modo idęntico que as características que definem a raça a saúde, robustez, fertilidade e outras podem ser manipuladas de modo a se conseguir melhorar ou manter tais funçőes.

Dentre os acasalamentos consangüíneos podemos distinguir dois processos: INBREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentes próximos por exemplo, pai x filha, măe x filho, meio-irmăo x meio-irmăo, avô x neta etc...

LINE-BREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentescos mais afastados.
IN BREED TO SUCESS.

Com este título o articulista de Cage and Aviary Birds, Brian Biles publica excelente artigo sobre o sucessoobtido pelo Dr A.R.Robertson, de Durban, África do Sul, na criaçăo de periquitos australianos.

Os comentários do articulista inglęs, fotografias dos pássaros e referęncias de outros criadores năo deixam dúvidas quanto a qualidade dos ondulados do Dr Robertson, considerados tăo bom ou até melhores que os melhores periquitos ingleses.

Utilizando como guia um pequeno livro INBREEDING BUDGERIGARDS, de autoria do Dr M.D.S. Armour, publicado após a 2a (segunda) Guerra Mundial e conhecimentos de genética que possuiu, desenvolveu seus programas e este ano recusou por um dos pássaros a soma de 1.000,00 (mil libras) preço considerado lá extraordinário.

Seus pássaros săo mantidos em famílias ou linhas e os acasalamentos feitos de acordo com as características visuais dos pássaros e seus pedigrees.
Seu plantel é todo relacionado e se levarmos em consideraçăo que de 1969 a 1979 foi proibida a importaçăo de psitacídeos na África, o grau de relacionamento é bastante aproximado.

Segundo o autor do artigo, dificilmente introduz pássaros năo relacionados no plantel e quando o faz é através de um macho, de boas características que no primeiro ano é acasalado com duas ou mais fęmeas.
No segundo ano utiliza o macho com duas ou tręs fęmeas de suas melhores filhas ao mesmo tempo que acasala vários pares de meio-irmăos. Destes acasalamentos já consegue 30% (trinta por cento) de pássaros de qualidade tăo boas ou superiores ao reprodutor inicial.
No terceiro ano os melhores filhotes do reprodutor săo acasalados aos melhores dos acasalamentos entre os meios irmăos e o reprodutor original a duas de suas melhores netas e a parcela do pássaro de qualidade ultrapassada já aos 50% (cinqüenta por cento).

Outro ponto importante do artigo é que a cada indivíduo excepcional que surge uma nova família é iniciada tendo este como fundador e o mesmo processo desenvolvido paralelamente.

Ŕ atuaçăo deste criador, como acontece com grande frequęncia fora de nosso país, no que se refere ŕs aves, é um dos muitos que podem seer citados como exemplo dos acasalamentos consangüíneos para melhorar as características de uma variedade.

Os resultados năo săo imediatos. Mas observadas as regras e uma seleçăo apurada, em tręs ou quatro temporadas no máximo, o criador poderá tornar seu plantel homogęneo para as características do reprodutor inicial.
Os acasalamentos consangüíneos podem nos conduzir a resultados excelentes desde que sejam feitos judiciosamente. Tentar utiliza-los com pássaros que possuem características desejáveis é simplesmente perda de tempo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CONSANGUINIDADE: UM PROBLEMA OU UMA SOLUÇÃO??

O tema dos acasalamentos consanguíneos foi e será sempre um tema polémico e passível de gerar discussão no mundo da canaricultura. Trata-se de um tema intemporal em que uma opinião unânime entre os criadores esta longe de ser uma realidade. Se por um lado uns abominam tal prática outros olham para ela como um caminho para chegar ao sucesso.

Sendo eu um Homem da área das ciências, a minha opinião é que a consanguinidade é uma arma para chegar ao triunfo, mas para tal é preciso saber usá-la. por um lado temos a "consanguinidade directa", em que se utilizam cruzamentos entre pais, filhos, netos e bisnetos etc, etc, (tabela de felch). Esta técnica será ideal se partirmos de exemplares TOP, coisa que por vezes é difícil, pois estes normalmente não estão a venda e se estiverem o preço não será muito animador... neste tipo de cruzamentos pretende-se obter passarinhos com a qualidade muito próxima desses exemplares TOP.
Alternativa a este método está o cruzamento entre "irmanastros", ou seja, se tenho um macho corona muito bom, junto-o com 2 das melhores fêmeas possíveis, ter em atenção que os defeitos não se repitam no macho e nas fêmeas e evitar cruzar glosters com problemas muito graves, pois da mesma maneira que se fixam coisas boas, as más também se fixam... do cruzamento do macho com as duas fêmeas depois podem-se juntar os irmãos entre eles, existindo consanguinidade mas em menor grau, por se tratarem de fêmeas de diferente sangue...

À dias li num fórum espanhol um criador de glosters que dizia que a compensação era o inicio de todos nós quando nos iniciamos na criação de glosters, onde tentamos compensar os passáros, "tirar de um lado e meter no outro". Os resultados acabam por ser percentagens altas de pássaros regulares ou maus, e pássaros bons poucos. Digam o que disserem é assim quando se trabalha em compensação... esse mesmo criador afirma que o mesmo se verifica de juntarmos dois glosters TOP, porque esses top possuem os defeitos de uma linha e se tirarmos 10 passarinhos desse casal numa temporada, se dois forem bons para concurso já não é mau... quando se começa a trabalhar com consanguinidade os resultados tendem a equilibrar-se e inclusive aumentam as percentagens de pássaros bons vs pássaros maus...
A imagem de marca de cada criador é dada pela consanguinidade, o uso dela é que nos irá permitir criar a nossa LINHAGEM. A compensação acaba por ser uma lotaria, não se fixam os caracteres desejáveis, não se fazem genotipos e fenotipos homogeneos, não se cria uma linha própria, e a percentagem de pássaros bons é muito baixa.

Estas afirmações têm lógica e dão que pensar, pondo em causa aquilo que muitos pensamos sobre a compensação na criação de glosters.

Aproveito e deixo uma imagem da tal tabela de felch





sábado, 13 de agosto de 2011

PRIMEIRAS ESCOLHAS...

Olá a todos...
Como devem ter reparado o blog tem estado um bocado parado. Depois da intensa época de criação era altura de descansar um bocado e tirarmos um bocadinho de tempo para nós... nesta altura não há grande coisa a dizer. os passarinhos estão na muda e portanto só nos resta aguardar e esperar que tudo corra da melhor maneira.
Alguns passarinhos já se começam a compor, motivo pelo qual comecei a separar alguns passarinhos para os ir acompanhando mais de perto. os coronas estão ainda um pouco atrasados, muitos canudos e penas por nascerem...
O que me está a preocupar neste momento é o atraso das gaiolas de exposição que foram encomendadas em maio e que estava previsto estarem prontas em início de Julho. Espero que estejam prontas o mais rápido possível pois fazem falta para preparar os passarinhos para as exposições, caso contrário irei ter que adiar a minha estreia mais um ano,eheh.
Tenho aproveitado para procurar e reunir artigos e informação à cerca do gloster de forma a fazer uma compilação dos assuntos mais importantes que envolvem a criação e selecção do gloster. aos poucos tentarei ir traduzindo e colocando aqui para que todos possam ter acesso... a verdade é que muitas vezes nos deparamos com informação contraditória que nos deixam um pouco baralhados e sem saber que caminho seguir mas sem dúvida que servem de apoio e guia para quem se esta a iniciar..
Uma boa muda para os vossos passarinhos.